

O Conselho Federal de Química (CFQ) realizou mais uma edição do “Falas da Química”, desta vez com o tema “Vigilância em Saúde: Alimentos”. O evento foi transmitido de forma online, pelo canal do CFQ no YouTube, e contou com a mediação da conselheira federal do CFQ Raquel Fiori, doutora em Educação em Química. A palestrante desta edição foi Nicole Agra, engenheira de alimentos com mais de 20 anos de experiência em assuntos regulatórios e segurança alimentar.
Durante a abertura, Raquel Fiori destacou a importância do projeto “Falas da Química” como um espaço para a valorização profissional e troca de conhecimento. “O Falas é uma iniciativa que realizamos periodicamente ao longo dos anos. Ela faz parte do nosso Sistema CFQ/CRQs, com o objetivo de promover a atualização profissional, o debate e a valorização dos Profissionais da Química em diferentes áreas de atuação”, afirmou.
Nicole Agra abordou a atuação da Vigilância Sanitária e sua relação com a segurança alimentar, enfatizando o papel da prevenção na proteção da saúde pública. “A ação da Vigilância Sanitária busca impedir a contaminação e a ocorrência de doenças alimentares, tanto nos produtos, como na prestação de serviços”, explicou.
A palestrante também ressaltou a presença da Química na Engenharia de Alimentos, destacando a importância de reconhecer a conexão entre as áreas. “A Engenharia de Alimentos representa a área da Química. Hoje, temos dois profissionais aqui, eu e o colega Márcio, que temos a plena consciência de que somos da área da Química. Os engenheiros de alimentos precisam entender que trabalham com transformação. Transformar alimentos é Química, e limpeza também é Química”, ressaltou.
Depoentes
O inspetor sanitário da Agência Estadual de Vigilância Sanitária da Paraíba (AGEVISA/PB), Márcio Fernando Ducat Moura, abordou o papel regulador da Vigilância Sanitária, com o objetivo de garantir a segurança alimentar e evitar riscos à saúde da população. “Somos responsáveis por orientar e, principalmente, regular. Nossa principal função é regular, o que pode incluir notificações e autuações, dependendo do grau de risco envolvido”, explicou.
O profissional ainda ressaltou que muitas indústrias de alimentos iniciam suas atividades sem a devida regularização sanitária, o que representa um risco significativo. “Fiscalizamos diversas indústrias, incluindo fábricas de doces, biscoitos e sorvetes. Muitas dessas empresas começam suas atividades sem regularização junto à Vigilância Sanitária, o que é um problema. Se o produto é produzido e comercializado fora do local de produção, ele precisa atender às regulamentações específicas da indústria de alimentos”, completou.
Para encerrar, o conselheiro federal Rubem Novais Reis destacou a importância de bons profissionais na área. “A importância do Profissional da Química foi bem destacada. Temos legislações específicas que regem a atuação do setor, como a lei que instituiu o Conselho Federal de Química e os decretos que regulamentam a profissão. A área de alimentos, debatida hoje, é fundamental para o controle de validade e qualidade dos produtos, garantindo a segurança da sociedade. A atuação dos engenheiros de alimentos nessa área é abrangente, e é essencial que os profissionais compreendam que, para exercer certas funções, é necessário ter a capacitação técnico-científica adequada”, finalizou.